tDCS em Casa na Depressão Major: Análise do Valor Preditivo dos Biomarcadores de EEG
DOI:
https://doi.org/10.51338/rppsm.598Palavras-chave:
Biomarcadores, Eletroencefalografia, Estimulação Magnética Transcraniana, Perturbação Depressiva Major/tratamentoResumo
Introdução: A depressão major é uma condição altamente prevalente, com uma população significativa resistente ao tratamento. A estimulação transcraniana por corrente contínua (tDCS) emergiu como um tratamento promissor e não invasivo, mas são necessários biomarcadores para prever a sua eficácia. Este estudo teve como objetivo avaliar a viabilidade e a eficácia da tDCS auto‑administrada em casa no tratamento da depressão major e investigar a assimetria alfa frontal como preditor da resposta ao tratamento.Métodos: Um total de 35 doentes diagnosticados com depressão major foram submetidos a um tratamento de quatro semanas de tDCS. A gravidade da depressão foi medida utilizando a escala Patient Health Questionnaire ‑ 9 e a assimetria alfa frontal foi calculada a partir de registos de EEG. Foram utilizados testes t emparelhados e a correlação de Pearson para analisar as alterações nas pontuações da depressão e na assimetria alfa frontal, enquanto a regressão logística avaliou o valor preditivo da assimetria alfa frontal para a resposta ao tratamento.
Resultados: Sessenta por cento dos doentes mostraram melhorias nos sintomas de depressão após o tratamento, com 63% classificados como respondedores. Foram observadas alterações significativas na assimetria alfa frontal nos respondedores (p<0,05) e foi encontrada uma forte correlação positiva entre as alterações na assimetria alfa frontal e a redução dos sintomas depressivos (r= 0,63). A assimetria alfa frontal pré‑tratamento foi um preditor significativo da resposta ao tratamento (p<0,05), com valores mais elevados de assimetria alfa frontal associados a uma menor probabilidade de resposta.
Conclusão: A tDCS auto‑administrada em casa é uma intervenção eficaz para a depressão major, com a assimetria alfa frontal a emergir como um biomarcador valioso para prever a resposta ao tratamento. Estes resultados apoiam a utilização da assimetria alfa frontal na personalização do tratamento com tDCS para a depressão major.
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