Escetamina na Depressão Resistente ao Tratamento: O Caminho para a Remissão

Autores

  • João Facucho-Oliveira Hospital de Cascais, Unidade Funcional de Psiquiatria e Saúde Mental, Lisboa, Portugal
  • Daniel Esteves-Sousa Hospital de Cascais, Unidade Funcional de Psiquiatria e Saúde Mental, Lisboa, Portugal
  • Bruno Prates Casa de Saúde da Idanha, Instituto das Irmãs Hospitaleiras do Sagrado Coração de Jesus, Lisboa, Portugal.
  • Rui Neves Casa de Saúde da Idanha, Instituto das Irmãs Hospitaleiras do Sagrado Coração de Jesus, Lisboa, Portugal.
  • Pedro Varandas Casa de Saúde da Idanha, Instituto das Irmãs Hospitaleiras do Sagrado Coração de Jesus, Lisboa, Portugal.

DOI:

https://doi.org/10.51338/rppsm.2021.v.i1.174

Palavras-chave:

Antidepressivos, Escetamina, Perturbação Depressiva Major/tratamento farmacológico, Perturbação Depressiva Resistente a Tratamento/tratamento farmacológico

Resumo

A perturbação depressiva major afeta cerca de 5% da população e quase 1‑terço dos doentes não consegue atingir remissão com o tratamento farmacológico convencional. Escetamina, um novo antidepressivo de ação rápida, com antagonismo não competitivo do receptor N‑metil‑D‑aspartato, foi recentemente aprovado pela Food and Drug Administration (FDA) e European Medicines Agency (EMA) para o tratamento de depressão resistente ao tratamento. Aqui, relatamos o caso clínico de uma mulher caucasiana de 42 anos que padeceu durante muitos anos de sintomas depressivos graves e de grande compromisso funcional. Os tratamentos anteriores incluíram terapia cognitivo‑comportamental, vários ciclos de tratamento farmacológico com antidepressivos e agentes de aumento e técnicas de neuroestimulação. Após tratamento com escetamina, a doente apresentou uma notável recuperação clínica. Avaliações psicométricas determinaram uma redução considerável na pontuação MADRS após uma semana e recuperação progressiva dos sintomas depressivos nas semanas seguintes. Da mesma forma, as avaliações com a escala de PHQ‑9, que avalia a frequência relativa de sintomas depressivos, e a escala de Sheehan, que avalia a recuperação funcional, também determinaram alívio sintomático muito pronunciado.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Referências

World Health Organization. The global burden of disease: 2004 update. Geneva, Switzerland: WHO; 2008. [accessed Nov 2020] Available from: https://www.fda.gov/NewsEvents/Testimony/

Baldessarini RJ, Forte A, Selle V, Sim K, Tondo L, Undurraga J, et al. Morbidity in depressive disorders. Psychother Psychosom. 2017; 86:65–72. doi: 10.1159/000448661.

Kessler RC, Berglund P, Demler O, Jin R, Merikangas KR, Walters EE. Lifetime prevalence and age‑of‑onset distributions of DSM‑IV disorders in the National Comorbidity Survey Replication. Arch Gen Psychiatry. 2005; 62: 593‑602. doi: 10.1001/archpsyc.62.6.593.

Kirsch I, Deacon BJ, Huedo‑Medina TB, Scoboria A, Moore TJ, Johnson BT. Initial severity and antidepressant benefits: a meta‑analysis of data submitted to the Food and Drug Administration. PLoS Med. 2008; 5: e45. doi: 10.1371/journal.pmed.0050045.

Agency for Healthcare Research and Quality. Definition of treatment‑resistant depression in the Medicare population. accessed Nov 2020] Available from: https://www.ahrq.gov/sites/ default/files/wysiwyg/research/findings/ta/draftsfor‑review/trd‑draft.pdf.

Rush AJ, Trivedi MH, Wisniewski SR, Nierenberg AA, Stewart JW, Warden D, et al. Acute and longer‑term outcomes in depressed outpatients requiring one or several treatment steps: a STAR*D report. Am J Psychiatry. 2006; 163:1905–17.

Berlim MT, Turecki G. Definition, assessment, and staging of treatment‑resistant refractory major depression: a review of current concepts and methods. Can J Psychiatry. 2007; 52: 46‑54.

Kim J, Farchione T, Potter A, Chen Q, Temple R. Esketamine for treatment‑resistant depression ‑ first FDA‑approved antidepressant in a new class. N Engl J Med. 2019; 381:1–4. doi: 10.1056/NEJMp1903305.

Zarkowski P, Navarro R, Pavlicova M, George MS, Avery D. The effect of daily prefrontal repetitive transcranial magnetic stimulation over several weeks on resting motor threshold. Brain Stimul. 2009; 2: 163–67.

Patil S. Early access programs: Benefits, challenges, and key considerations for successful implementation. Perspect Clin Res. 2016; 7: 4–8. doi: 10.4103/2229‑3485.173779.

Montgomery SA, Asberg M. A new depression scale designed to be sensitive to change. Br J of Psychiatry. 1979; 134: 382–89.

Leon AC, Olfson M, Portera L, Farber L, Sheehan DV. Assessing psychiatric impairment in primary care with the Sheehan Disability Scale. Int J Psychiatry Med. 1997; 27:93–105.

Spitzer RL, Kroenke K,Williams JB. Validation and utility of a self‑report version of PRIME‑MD: the PHQ Primary Care Study. JAMA. 1999; 282:1737–1744.

Daly EJ, Singh JB, Fedgchin M, Cooper K, Lim P, Shelton RC, et al. Efficacy and of intranasal esketamine adjunctive to oral antidepressant therapy in treatment‑ resistant depression: a randomized clinical trial. JAMA Psychiatry. 2018; 75:139–48. doi: 10.1001/jamapsychiatry.2017.3739.

Canuso CM, Singh JB, Fedgchin M, Alphs L, Lane R, Lim P, et al. Efficacy and safety of intranasal esketamine for the rapid reduction of symptoms of depression and suicidality in patients at imminent risk for suicide: results of a double‑blind, randomized, placebo‑controlled study. Am J Psychiatry. 2018; 175:620–30. doi: 10.1176/appi.ajp.2018.17060720.

Popova V, Daly EJ, Trivedi M, Cooper K, Lane R, Lim P, et al. Efficacy and safety of flexibly‑dosed esketamine nasal spray combined with a new oral antidepressant in treatment‑resistant depression: results of a randomized, double‑blind, active‑controlled study. Am J Psychiatry. 2019; 176:428–38. doi: 10.1176/appi.ajp.2019.19020172.

Daly EJ, Trivedi MH, Janik A, Li H, Zhang Y, Li X, et al. Efficacy of esketamine nasal spray plus oral antidepressant treatment for relapse prevention in patients with treatment‑resistant depression. A randomized clinical trial (SUSTAIN‑1). JAMA Psychiatry. 2019; 76:893‑903. doi: 10.1001/jamapsychiatry.2019.1189.

Downloads

Publicado

2021-03-05

Como Citar

Facucho-Oliveira, J., Esteves-Sousa, D., Prates, B., Neves, R., & Varandas, P. (2021). Escetamina na Depressão Resistente ao Tratamento: O Caminho para a Remissão. Revista Portuguesa De Psiquiatria E Saúde Mental, 7(1), 35–39. https://doi.org/10.51338/rppsm.2021.v.i1.174

Edição

Secção

Caso Clínico

Artigos mais lidos do(s) mesmo(s) autor(es)